A forma como designers e advogados pensam é realmente diferente.
Porém, nenhuma característica é tão diferente quanto a questão da viabilidade.
Enquanto estão projetando, os designers nunca pensam se sua ideia é viável, seja no aspecto técnico, econômico, jurídico ou qualquer outro tipo de limite.
Já os advogados, como diz Margaret Hagan, adoram praticar um esporte que se constitui de abater qualquer ideia nova o mais rápido possível, geralmente com o argumento "isso não é viável."
Nesse artigo eu vou explicar porque você não terá sucesso como Legal Designer se continuar pensando assim.
Por que pausar a questão da viabilidade?
Quando você analisa questões de viabilidade, essas críticas podem cortar as ideias antes que elas possam ser tentadas, melhoradas, acrescidas, repensadas por um outro ângulo.
Em outras palavras, a estratégia de pausar a análise de viabilidade permite que novas ideias surjam e, possivelmente, também avancem.
Eu, nas minhas sessões de ideação, sempre estabeleço uma regra básica: "Ninguém pode criticar a idea do colega. Nenhuma ideia é ruim."
Se houver chefes ou líderes no grupo, ressalto que uma das críticas proibidas é a famosa frase "já tentamos isso antes e não deu certo."
Não é porque você tentou algo em 1990, com outras pessoas e outra tecnologia, que hoje também não vai dar certo.
O objetivo é deixar as ideias loucas e impossíveis nascerem, flutuarem, inspirarem outras ideias.
Ao contrário de criticar a ideia do colega, eu instigo os participantes a criarem sobre a ideia do outro, ou seja, contribuir de forma positiva para alimentar aquela ideia, não para matá-la.
A criatividade nada mais é do que a capacidade de fazer conexões inusitadas de ideias e, se você mata as ideias em seu nascedouro, você impede novas conexões de serem feitas que, eventualmente, possam levar a uma ideia viável e sustentável.
Como fazer isso na prática?
Eu sei que é desconfortável para os advogados, pois eu sou um. Dá um nó na garganta, uma vontade de gritar "não vai dar, a lei disso isso e aquilo!!!
Se segure. Por pelo menos trinta minutos, esqueça todas as restrições de orçamento, tempo, regulamentação, pressão organizacional e outros limites em que você conhece.
Explore e teste ideias ambiciosas, mesmo que seja contra a lei, tenha um orçamento excedente ou seja complexo (ou impossível) de fazer. Vale a pena gastar algum tempo pensando em ideias grandes, arriscadas e selvagens.
Agora, com estes limites deixados de lado, deixe as ideias fluírem por meia hora e ao final se pergunte: Bom, qual seria a melhor maneira de fazer as coisas? Qual seria uma versão ideal que poderíamos implementar estar em nosso sistema jurídico?
Essas ideias mais "revolucionárias" podem ser redimensionadas para uma versão mais acessível, editadas em algo menos extremo ou colocadas em uma agenda futura.
Conclusão
Se você quiser realmente aplicar o Legal Design, precisará fazer uma desintoxicação da mania dos advogados de abrir buracos e fazer críticas. Isso vai te impedir de criar coisas novas ou apoiar outras pessoas que estão fazendo isso.
Embora ass críticas sejam necessárias e essenciais no processo de design, elas devem ser usadas nos momentos certos do processo. Não mate as ideias em sua nascente.
Comments